MINISTÉRIO EL SHAMAH DE DANÇA CRISTÃ: agosto 2009

"Queridos(as) irmãos e irmãs:

O II Festival de Louvor com Danças foi uma grande benção! Esperamos que todos os participantes tenham sido edificados e abençoados pelo Senhor. Certamente, Deus tem preparado grandes coisas para aqueles que o amam!
Este estudo bíblico que compartilhamos com vocês foi preparado pelo Ministério Primícias, e foi ministrado por Ricardo Campos e Mariana Montoro na palestra sobre "Dança Profética". Que vocês possam ler e reler esta maravilhosa mensagem, e que a Palavra do Pai permaneça gravada em seus corações!"

Preparar a mala, passar a roupa, separar as sapatilhas. Collants, meia calça, última olhada no espelho. Tudo preparado.
Toalhas, garrafinhas de água, prendedores de cabelo.
Chegar na igreja mais cedo, começar a alongar, mandar o sono embora. Maquiagem e oração.
Aquecer, esticar, fazer pontas. Pliês, tandis, arabesques. Braços alongados, mãos delicadas.
Respiração, postura, posição. A canção vai começar!
Falta pouco...
Cinco, seis, sete, oito! Agora!

A maioria das pessoas que dançam conhecem esta rotina: preparação, música decorada, muitas retomadas na coreografia. Adorar ao Senhor através do que gostamos de fazer é um prazer, é muito bom! No entanto, no reino de Deus existe mais. É sobre este “mais” que queremos tratar aqui.
É necessário ressaltar que este estudo sobre a dança profética tem sido um aprendizado para nós, afinal a Palavra do Senhor se renova e a cada ensaio, a cada ministração aprendemos mais do que Ele tem para os dias de hoje e para nosso futuro.
Encontramos registros da dança como manifestação cultural em diversas sociedades e povos. Geralmente ligada ao sentimento de gratidão, os movimentos corporais trazem ao mundo os nossos saberes, o que acreditamos e o que pensamos. São ligações entre os movimentos do corpo, a expressão e o som.
A dança propriamente dita estimula tanto a alma como o corpo do homem. Desde pequenos aprendemos a bater palmas, balançar o corpo quando uma música começa e a ritmar os passos.
Desta maneira, a dança é expressão constituinte da cultura e das manifestações populares. Ao longo da história, como dependente do corpo que se movimenta, a dança foi tomando um caráter de profano, de algo sujo, ligado ao pecado. Como outras manifestações, a dança foi retirada dos cultos a Deus e passou a ser vista como um ato pagão.
Sabemos que somos constituídos de corpo, alma e espírito. Através do nosso corpo e dos nossos gestos trazemos a existência aquilo que pensamos, que sentimos, que acreditamos. A dança como manifestação artística fica restrita a tocar o corpo e a alma do homem. Somente a dança vinda do Espírito Santo de Deus é capaz de tocar o espírito humano, e, assim, realizar a transformação no espírito deste homem.
A Bíblia nos mostra diversas danças que trouxeram e expressaram vida, como Miriã após a travessia do mar Vermelho (Ex. 20: 20-21) e a dança de Davi (2 Sm. 6: 14-15), com todas as suas forças. A Palavra de Deus também nos relata a dança que trouxe morte, como a dança de Herodias (Mt. 14), trazendo morte aos profetas.
Encontramos na Palavra de Deus danças de adoração, de gratidão, de celebração, de intercessão, danças de guerra. Porém nosso desejo é de aprofundar o olhar sobre outra maneira de dançar: a Dança Profética.

O que é profecia?
Antes de ligarmos a dança ao profético precisamos clarear o que é profecia.
Entendemos como profecia aquilo que o Senhor quer revelar a igreja no momento agora, no hoje. É aquilo que está no coração de Deus, aquilo que Ele pensa, que Ele deseja para os seus filhos. É trazer ao visual a mensagem do Senhor. É dançar a Bíblia.
A profecia está intimamente ligada à sabedoria e a capacitação que somente o Espírito Santo pode nos dar. Podemos receber através da Palavra de Deus, de sonhos, de visões, de impressões em nosso espírito. Todos já vivemos a experiência de ler a Palavra e termos a impressão que o texto salta aos nossos olhos, aquela parte tão pequena da palavra parece que entra em nós e fica impressa no nosso coração.
No Antigo Testamento vemos que o Senhor levantou homens e mulheres para serem profetas, ou seja, para anunciar o que Ele desejava. Estas pessoas abriram mão de suas vidas para serem bocas de Deus na terra. Hoje isso ainda acontece. Pode acontecer com você!
A profecia não se esgota assim como o Senhor não esgota seu amor por nós. É por nos amar que Ele derrama sobre nós a profecia, para conhecermos a sua vontade. Viver uma vida profética não é fácil, como podemos ver em muitos textos bíblicos e em nossas próprias vidas. Só saberemos mais sobre a profecia quanto mais intimamente vivermos com o Senhor.

Atos proféticos através do corpo
Falar sobre profecia causa estranhamento a algumas pessoas. É como falar sobre o que não existe. Na verdade, realizamos, percebendo ou não, atos proféticos no nosso dia-a-dia: quando nos ajoelhamos para orar como sinal de rendição, de humilhação, quando olhamos para cima enquanto oramos, levantamos nossas mãos quando adoramos, quando marchamos na presença do Senhor em momentos de intercessão.
Podemos considerar o ato profético como um ato de fé diante das circunstâncias da vida. É olhar onde não há, onde nada existe e declarar com o gesto, com a fala aquilo que o Senhor pensa.
Quando Jesus nos ensinou a orar o Pai Nosso (Mt. 6: 9- 14) e declarou “que seja feita a sua vontade, assim na terra como no céu”, Ele já estava nos ensinando a entrar no reino e buscar a vontade de Deus inteiramente manifesta na terra. Muitas vezes esperamos uma mudança, um avivamento, choramos, clamamos, mas quando entendemos esta verdade, quando nos olhamos como profetas do Senhor, podemos exercitar a fé e provar que é desejo do Senhor realizar hoje aquilo que profetizamos de acordo com a Sua Palavra. O avivamento já aconteceu no dia em que aceitamos Jesus como Senhor e Salvador. Esta promessa de vida já foi conquistada na cruz do calvário.
A profecia pode ser comparada a um cheque assinado. O Senhor confia a nós um cheque ou documento assinado por Ele próprio. Quando declaramos a Sua vontade o Espírito Santo vem e realiza.
A Bíblia descreve inúmeros atos proféticos: a criação (Gn. 1: 3), a construção da arca de Noé (Gn. 6), a promessa do filho de Abraão (Gn. 12: 2-3) e pedido de entrega no altar (Gn. 22), os sonhos de José (Gn. 37), o anúncio da vinda de João Batista ao sacerdote Zacarias (Lc. 1: 11-15) , o anúncio da vinda de Jesus através de uma moça virgem (Lc. 1: 26-38), a queda das muralhas de Jericó (Js. 6), a libertação do povo do Egito através da abertura do Mar Vermelho (Ex. 14), o sopro de vida sobre o Vale dos Ossos Secos através do relato de Ezequiel (Ez. 37).

Qual a ligação entre profecia e dança?
Assim como o Senhor chamou estes homens e mulheres, Ele permanece buscando adoradores que o amem em Espírito e em Verdade (Jo 4). Ele deseja pessoas que vivam para Ele, trazendo a sua verdade até a terra.
Se entendemos que a profecia não tem dia nem hora para acontecer, que não está restrita aos momentos do culto, da comunhão, aprendemos que tudo o que fazemos, inclusive o que amamos fazer, é tomado pelo poder da profecia.
Aqueles que são chamados a dançar podem buscar e dançarão profeticamente, aqueles que cozinham tocarão o coração das pessoas através dos banquetes, os que cuidam dos doentes terão mãos que curam, os que tocam louvores entoarão notas vindas diretamente do céu. Correntes serão quebradas, prisões destrancadas, enfermidades saradas, pois estaremos estalando o céu, tocando naquilo que é mais perfeito: o coração de Deus!
A dança profética traz ao mundo, traz a realidade aquilo que Deus deseja fazer através dos movimentos corporais.
A partir do momento que buscamos viver uma vida profética, uma vida que tenha a presença do Senhor, tudo o que colocarmos as mãos será também envolvido por este poder, por esta capacitação sobrenatural. Dizemos que é sobrenatural, pois não poderíamos explicar naturalmente como algumas coisas acontecem.
Ezequiel também viveu esta experiência no Vale dos Ossos Secos (Ez. 37). Estaremos a partir de agora estudando esta passagem e ressaltando alguns pontos sobre a dança profética que o Senhor vem imprimindo em nossos corações.

A Dança Profética e o Vale dos Ossos Secos

“A mão do Senhor estava sobre mim, e por seu Espírito ele me levou a um vale cheio de ossos. Ele me levou de um lado para outro, e pude ver que era enorme o número de ossos no vale, e que os ossos estavam muito secos. Ele me perguntou: “Filho do homem, estes ossos poderão tornar a viver?”
Eu respondi: “Ó Soberano Senhor, só tu o sabes”.
Então ele me disse: “Profetize a estes ossos e diga-lhes: Ossos secos ouçam a palavra do Senhor! Assim diz o Soberano, o Senhor, a estes ossos: Farei um espírito entrar em vocês, e vocês terão vida. Porei tendões em vocês e farei aparecer carne sobre vocês e os cobrirei com pele; porei um espírito em vocês, e vocês terão vida. Então vocês saberão que eu sou o Senhor”.
E eu profetizei conforme a ordem recebida. Enquanto profetizava, houve um barulho, um som de chocalho, e os ossos se juntaram, osso com osso. Olhei, e os ossos foram cobertos de tendões e de carne, e depois de pele; mas não havia espírito neles.
A seguir ele me disse: “Profetize ao espírito; profetize, filho do homem, e diga-lhe: Assim diz o Soberano, o Senhor: Venha desde os quatro ventos, ó espírito, e sopre dentro desses mortos, para que vivam. Profetizei conforme a ordem recebida, e o espírito entrou neles; eles receberam vida e se puseram em pé. Era um exército enorme!
Então ele me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a nação de Israel. Eles dizem: “Nossos ossos se secaram e nossa esperança desvaneceu-se; fomos exterminados”. Por isso profetize e diga-lhes: Assim diz o Soberano, o Senhor: Ó meu povo, vou abrir os seus túmulos e fazê-los sair; trarei vocês de volta à nação de Israel. E quando eu abrir os seus túmulos e os dizer sair, vocês, meu povo, saberão que eu sou o Senhor. Porei o meu Espírito em vocês e vocês viverão, e eu os estabelecerei em sua própria terra. Então vocês saberão que eu, o Senhor, falei, e fiz. Palavra do Senhor”.
Ezequiel 37.

A Bíblia relata a experiência sobrenatural que Ezequiel viveu. Entre outras visões e revelações, ele foi levado pelo Espírito do Senhor a um vale cheio de ossos ressequidos. A Palavra nos diz que o profeta foi confrontado, sua fé foi questionada quando o Senhor perguntou se aqueles ossos poderiam voltar a ter vida. Na resposta de Ezequiel vemos a intimidade dele com o Senhor e a disposição em fazer o que o Senhor mandou. Esta é a base do chamado para quem deseja dançar profeticamente: RESPOSTA e OBEDIÊNCIA.

1) Disposição para sermos mudados
Assim como necessitamos do corpo para manifestar os movimentos, a pessoa que dança, traz consigo uma história de vida, emoções, caráter, uma personalidade que o Senhor deseja tratar. Somos como o barro que precisa ser moldado pelo oleiro. Após um toque do Senhor nunca mais somos os mesmos. O caráter do ministro precisa mudar para que a dança profética flua.
Gostamos muito de um exemplo simples: somos como canos e a presença de Deus é representada pela água. Quanto mais limpo o cano estiver, mais rápido a água poderá correr e maior o volume passará por nós. Se o cano estiver entupido por pedras e areia a água ficará retida, não haverá vazão.
Quando o ministro de dança não permite que o Senhor o toque, sua expressão seja em palavras, gestos ou movimentos expressarão aquilo que está dentro dele, isto é, as suas próprias características, aquilo que ele sente, pensa e crê. As águas vivas só podem fluir do Senhor através de nós quando estivermos limpos.
Você pode estar pensando: Mas como ficar limpo?
As maiores chaves para isso são: o arrependimento, o coração disposto a perdoar, o coração quebrantado e disposto a aprender, a submissão e a obediência.
Nossa oração precisa sempre estar baseada no amor e no perdão. Ter um coração perdoador, amar nossos inimigos, nos arrepender constantemente. Esta motivação é como um estopim para o fluir da dança profética.
Ezequiel foi levado pelo Senhor, pois um dia ele mesmo foi tocado por Deus. Seu coração foi moldado e ele passou a ser um canal desobstruído da presença do Senhor.
O posicionamento gera intimidade.

2) Sem intimidade com o Senhor não podemos gerar a dança profética, precisamos conhecer ao Senhor da nossa dança.
Quando colocamos nossas vidas em direção do coração de Deus passamos a estar grávidos dos sonhos Dele. Assim acontece com a dança profética. Precisamos conhecer na intimidade o Senhor da nossa dança. Precisamos ter prazer em estar com Ele, ter fome e sede de conhecê-lo cada dia mais. Assim como a mulher que gera um bebê precisa de alimento, de cuidado, também precisamos alimentar a gestação profética com a Palavra de Deus que é o nosso pão diário.
Sem intimidade com o Senhor não existe dança profética, somente dança como uma manifestação cultural, com passos bonitos, sem a vida do Senhor.
Ezequiel tinha a mão do Senhor sobre ele, as revelações que ele relata vieram do próprio Deus.

“A mão do Senhor estava sobre mim, e por seu Espírito ele me levou a um vale cheio de ossos.

3) Os movimentos perfeitos estão no Senhor, a profecia vem Dele.
A vida para que os ossos (nossas próprias vidas) sejam reavivados está no Senhor, assim como os movimentos perfeitos e toda a capacidade do alto.
Cremos nesta capacitação não somente nos movimentos, mas também nas vestes, nos instrumentos, enfim em todas as coisas que colocamos as nossas mãos e consagramos a Deus.
Em 2008 o Senhor colocou em nossos corações realizar um Ato profético sobre a Reconstrução dos Muros das nossas vidas e a colheita. Lemos o livro de Neemias e buscamos do Senhor a Sua vontade. Para a coreografia usamos capas com os desenhos dos instrumentos relatados neste livro. Fizemos o shofar, o azeite, o vinho, a Bíblia e outros instrumentos. Por fim desenhamos e pintamos o leão da tribo de Judá. Nenhum do grupo tem habilidade para o desenho e a pintura a mão livre, mas provamos o sobrenatural. Quando a capa com o leão ficou pronta nos assustamos tamanha realidade daquele olhar. Até hoje nos impressionamos com o que o Senhor nos capacitou a fazer. Vidas foram transformadas após este ato profético.

4) Não existe lugar para a profecia acontecer. O tempo e o espaço são Dele.
Quando Ezequiel recebeu a ordem de Deus, ele não hesitou, não olhou as circunstâncias, ele fez o que Deus mandou. Ele obedeceu. A obediência ao comando de Deus traz a Sua glória para a terra.
Em 2005 fomos ministrar no Chile. Durante a semana fomos passear nas montanhas e conhecer a neve. Ficamos hospedados na cabana de um casal que não conhecia a Jesus como Senhor e Salvador. Nos nossos planos voltaríamos a tempo de ministrar no culto de jovens, no sábado a noite. Como os nossos pensamentos são bem menores que os pensamentos do Senhor, nossa estadia foi prolongada e no sábado a noite fizemos um culto na cabana. Nossa preocupação com o culto dos jovens quase tirou de nós a oportunidade de viver o milagre. Nossos pastores que estavam conosco pediram que dançássemos lá na cabana, no alto da Cordilheira dos Andes. Não tínhamos sapatilhas, roupas, musica coreografada, nada do que diz respeito a preparação, somente corações quebrantados e desejosos pela presença de Deus. Dançamos de calças jeans e meias. No final da reunião o dono da cabana testemunhou que em seus setenta anos de vida nunca tinha visto algo tão lindo, uma dança tão linda. Os ossos do coração daquele senhor foram reavivados naquela noite.
Se tivéssemos nos prendido ao tempo e ao espaço não teríamos cumprido em obediência ao desejo de Deus.

5) A dança profética começa no nosso interior, no intimo
Quando começamos a apresentar os nossos ossos secos ao Senhor, Ele vem e sopra a vida. Assim aconteceu com cada ministro de dança no Primícias. Em momentos diferentes recebemos do Senhor algo maior do que poderíamos imaginar. O Senhor não só move os nossos ossos, mas também cria estruturas que erguem o nosso ministério. Levanta pessoas para nos abençoar em todas as áreas, mesmo que nas nossas casas existam pessoas que ainda não conhecem a Jesus.
Provamos que quando deixamos o Senhor moldar nossas vidas como vaso de barro isso se estende também as nossas famílias. Nosso maior espaço de dança é a nossa casa, onde treinamos, oramos, enfim, geramos o que precisamos. Temos vivido momentos de choro, de intercessão, do mover de Deus nas salas, nos quartos apertados. Logo depois experimentamos um derramar do Senhor envolvendo os nossos amados e edificando a nossa fé.

6) A dança profética nasce no altar de Deus, é ali que os ossos recebem vida.
A dança profética não nasce nas academias, nos espetáculos, mas sim no altar de Deus. Ela nasce naquele lugar tão difícil de estar algumas vezes. Lugar onde entregamos nosso ouro de Ofir, aquele que é mais puro, onde deixamos os sonhos que geramos por tanto tempo, lugar onde entregamos nosso passado e principalmente o nosso futuro.
A dança do coração de Deus só pode ser entregue a nós quando mostramos ao Senhor quais os ossos ressequidos da nossa vida, quando deixamos que Ele veja e que o vento do Espírito Santo traga vida.

Então ele me disse: “Profetize a estes ossos e diga-lhes: Ossos secos ouçam a palavra do Senhor! Assim diz o Soberano, o Senhor, a estes ossos: Farei um espírito entrar em vocês, e vocês terão vida. Porei tendões em vocês e farei aparecer carne sobre vocês e os cobrirei com pele; porei um espírito em vocês, e vocês terão vida. Então vocês saberão que eu sou o Senhor”.

Neste ponto podemos compartilhar alguns “ossos” que o Senhor tratou conosco ao longo do tempo diretamente na dança:
a) Ossos da aparência: vivemos num mundo em que a visão é muito valorizada. A aparência de estar tudo bem, a aparência da beleza física, a aparência da entrega.
Logo que o Primícias nasceu fomos ministrar numa igreja em outra cidade. Quando o culto terminou o pastor nos chamou para orar, mas não nos conhecia, não sabia da historia das pessoas do ministério. Durante a oração o Senhor nos revelou muitas palavras, muitas promessas de coisas que aconteceriam nestes cinco anos e outras que ainda não se concretizaram. Ali foi pedido perdão aos membros do Primícias pelas vezes que tentaram matar o nosso chamado e por situações que nos marcaram. As pessoas e nem o pastor sabiam o que os integrantes tinham vivido, mas o Senhor sabia que para ter força para continuar era necessária a cura dos nossos corações.
Ninguém precisava saber o que passamos. O Senhor soprou nestes ossos.
b) ossos do reconhecimento: quando esperamos dos homens aquilo que só Senhor faz, quando esperamos que as pessoas nos reconheçam como bailarinos, como ungidos. Num determinado culto preparamos uma coreografia, nos arrumamos, fomos a reunião. Estávamos na expectativa de dançar, com as vestes de dança, a canção pronta a começar assim que nosso pastor nos chamasse. Mas ele não chamou. As pessoas perceberam que estávamos prontos. Este fato se repetiu até que aprendêssemos a não murmurar, a não deixar que isso tomasse o nosso coração, mas sim movermos e reconhecermos que era o Senhor que estava a frente do culto e no momento apropriado a dança aconteceu.
c) Ossos do orgulho e da vaidade: quando nosso coração se enche daquilo que encheu o coração de Lúcifer. Queremos adorar o Senhor nos adorando. Quando a nossa roupa é mais bonita, quando nossos passos são mais alongados, quando somos melhores que o outro grupo.
Aqui é necessário escrever também sobre a preparação dos bailarinos. Deus tem nos ensinado ao longo do tempo que não somos bailarinos, mas sim ministros da Palavra de Deus. Levamos a mensagem do Senhor, por isso não importa ao nosso Pai o tempo que passamos nas academias, nas aulas, nas preparações. O que importa ao Senhor é o tempo que estamos em Sua presença. Lembre: Moisés foi preparado para ser um grande homem no governo do Egito. Nos seus estudos ele nunca imaginou que Deus o usaria para tirar o povo de Israel do Egito.
Claro que precisamos oferecer o melhor ao Senhor e a capacitação, a técnica são importantes, no entanto os nossos currículos de dança não garantem que estejamos saudáveis. Corrermos o risco de sermos bailarinos excepcionais com ossos muito secos.
d) Ossos da autocomiseração: quando achamos que o outro é melhor, quando a igreja do outro apóia o ministério de dança e a nossa não e por isso queremos parar. Quando não temos o corpo de bailarinos, quando os meus sonhos se realizam na vida do meu irmão e por isso Deus parece ser infiel comigo.
e) Ossos materiais: quando aquilo que o Senhor nos presenteia vira a nossa motivação. Quando queremos dançar um balé porque ganhamos uma sapatilha de ponta, quando não buscamos a vontade de Deus e usamos somente as roupas novas que fazemos, quando queremos montar coreografia do último CD do nosso grupo favorito. Não queremos dançar aos sábados, pois é o dia de irmos ao culto com nossa roupa nova.
A Palavra diz que através da profecia foram criados os tendões, a carne, ou seja, o físico foi criado. A aparência de certo ficou mais bela do que os ossos expostos pelo chão do vale. Mas a matéria também não garantiu vida. Quando temos um chamado nada mais importa a não ser o cumprimento deste chamado. Somos mordomos, aqueles que cuidam, que zelam pelo que não é seu.
f) Ossos da habilidade: quando oferecemos para o Senhor somente aquilo que gostamos de fazer ou que fazemos bem. Oferecemos ao Senhor a dança porque é gostoso dançar. Não oferecemos nossas mãos para orar pelos enfermos, nem nossos recursos financeiros para abençoar nossos irmãos ou a obra do Senhor.
Os ossos da habilidade andam muito próximo da vaidade e da aparência. A alma do homem fica satisfeita com elogios, com pessoas nos admirando. Misericórdia!
Ezequiel não sabia que soprando aqueles ossos sofreriam transformação, mas ele obedeceu ao que o Senhor mandou. Ele não tinha habilidade, mas quando Deus age através do que não sabemos fazer podemos ver os milagres!

7) Na dança profética não só os ossos revivem, mas um exército se levanta
Quando ministramos a dança que Jesus sonha não só nossos ossos são soprados pelo Espírito Santo, mas nossa esperança também é avivada.
“Eles dizem: Nossos ossos se secaram e nossa esperança desvaneceu-se”.
Ezequiel 37: 11.
O que era morto torna-se vida, o que estava adormecido, é despertado, o que era podre torna-se saudável. Aqueles que as pessoas não acreditavam passam a ser levantados pelo Senhor. Nossas vidas passam a ter outro sentido. Somos transformados enquanto deixamos que o Senhor transforme as nações através de nós.
Na visão de Ezequiel os túmulos serão abertos e o povo do Senhor será reunido. Nos dias de hoje o Senhor deseja atrair os corações dos adoradores, para isso precisamos sair dos túmulos, dos lugares caídos.
Para onde iremos?
Seremos estabelecidos em nossa própria terra, ou seja, o céu! Poderemos viver as experiências de dançar com o Senhor, de fazer os passos dos anjos, de levantarmos as mãos e as pessoas serem curadas, os milagres acontecerem, pois a Presença do Nosso Pai está fluindo através de nós.

Finalizando...
Quando começamos a preparar esta palavra, o Senhor começou a nos trazer a memória situações em que nos víamos como ossos secos. Em diversas áreas das nossas vidas estávamos ressequidos, contorcidos pelo sol, com lascas pelas dores do vale. Empoeirados pela areia do deserto.
O Senhor nos deu sonhos, nos deu palavras, trouxe materiais às nossas mãos que nos edificaram e tivemos força, vinda do próprio Deus para profetizar vida a estes ossos. Hoje queremos que você, como nossos irmãos em Cristo, também sejam reavivados, sejam corajosos a se levantarem sobre os ossos e sair dos túmulos da vida cotidiana.
Você é o foco do Senhor. Ele quer pegar os seus ossos, mas quer que você profetize vida. Você é autoridade, você é profeta do Senhor. Você é Exército do Deus Vivo. O Senhor te ama ao ponto de não te deixar mais viver as situações que você tem vivido. Não basta, para Ele, que você tenha:
- técnica, um corpo moldado para dança,
- uma alma de artista, com criatividade, habilidade para criação
- espírito vivo.
Deus te ama ao ponto de querer soprar a essência Dele em você! Ele quer que você seja uma autoridade para viver o reino Dele na terra!
Você é especial! Levante-se e tenha vida!
Com o amor de Deus!

Ministério Primícias
Adoração Profética